sábado, novembro 12, 2005

OE 2006 (2)

Aqui está a minha entrada. Vamos lá ver se é a pés juntos, ou se ponho o pé direito à frente para dar sorte. Atenção que isto do pé direito não é uma boca partidária...
Bem, os especialistas dizem q o OE é um bom orçamento, coeso, bem organizado e equilibrado. Até mesmo os economistas da oposição. Esta é uma bela maneira de dizer que nada mudou e alguém elaborou algo que realmente tirou pouquinho a alguns para dar a outros. Realmente os ministérios que sofreram um choque maior formam pelo lado negativo o da Economia e Inovação e pelo lado positivo o da Ciência. Isto claramente nos diz que se espera mais da ciência, mas não da inovação. Algo antagónico, mas terá só a ver com nomenclaturas.
A prometida contenção orçamental ficará para outro ano. Isto é estranho porque o Socrates disse que iria reduzir a dimensão do estado, o que teria algum sentido. Aliás, hoje com os impostos que o estado "come" ao povo acho que já ganhou o nickname de bicho papão. Reduzindo a sua dimensão teria mais facilidade em financiar-se, até porque, com impostos mais baixos o rendimento disponivel aumentava e haveria mais disponibilidade para investidores privados se chegarem à frente em projectos que hoje sao totalmente financiados pelo estado.
No outro dia estava a ver a RTP e uma investigadora portuguesa da doença da malária (juntamente com outros) dizia que nos EUA é totalmente normal investidores privados financiarem laboratórios e investigações. Para além de dar prestigio, reduz o IRC. Em Portugal temos o exemplo da Novartis na ciencia farmaceutica. Mas donde é que ela é, Holanda.
Já fugi do OE 2006. A minha opinião sobre um futuro próximo para Portugal é decididamente flexibilizar o mercado de trabalho tornando mais faceis os despedimentos. Existe um custo social ainda muito elevado, o que nos torna um pais muito entorpecido, mas temos de pensar que o despedimento de alguém será eficiente se houver uma realocação de recursos para um emprego onde este seja mais eficiente. O trabalhador sabe disso, e muitas vezes em Portugal sabemos de histórias que pessoas odeiam o que fazem, mas nao se vao embora porque têm medo de ficar muito tempo no desemprego.
Tem de haver mais facilidade na criação de empresas, tal como na solvência de falências. Tive com um estudo na mão (leia-se mão eletrónica) em que no Brasil o sistema judicial demora em média 6 anos para resolver um caso de falência. Em Portugal esse valor deve andar por volta dos 6 meses a 1 ano. Em média, digo eu. Nesse mesmo estudo dizia-se que Portugal tinha um caminho disponivel que era o "Silicon Valley" da europa. Eu também tinha uma carreira como estrela de cinema, aliás eu era o próximo Marlon Brando.
Isto por hoje já está a ficar muito grande. Para a próxima sou eu a puxar o tema.